Prezados leitores,
Hoje irei finalizar minha série de publicações sobre a Andaluzia falando sobre Córdoba. Uma cidade para a qual você deve reservar uns 3 dias para conhecer. Córdoba respira uma história rica, preservada em sua arquitetura, dos períodos de ocupação romana, vândala, visigoda, muçulmana e cristã, além de possuir a única sinagoga da Andaluzia que não foi destruída após a expulsão dos judeus em 1492. Atualmente, a cidade possui mais de 330.000 habitantes, e o seu centro histórico é Patrimônio Mundial da UNESCO.
Cheguei em Córdoba a partir de Granada pela Renfe, numa combinação de ônibus e trem, uma vez que a malha ferroviária de Granada ainda não está concluída. A passagem em classe turística custou apenas 15 euros e a viagem durou cerca de 2 horas, sendo uma hora de ônibus até Antequera e uma hora de lá até Córdoba. Os trens da Renfe são muito modernos e rápidos, e as poltronas são bem confortáveis, mesmo na classe turística.
A principal atração turística da cidade, sem sombra de dúvidas, é a 'Mezquita-Catedral de Cordoba'. É o monumento islâmico mais importante do ocidente, sendo considerado um dos 12 tesouros da Espanha. Quer saber quais os demais tesouros? Clique aqui. E para ler sobre minha visita a outro desses tesouros, a Alhambra, em Granada, clique aqui.
Ela é exatamente o que seu nome descreve: uma mesquita, construída em cima de uma basílica, que posteriormente se tornou uma catedral. Vamos entender essa história direitinho! Inicialmente, durante o período de ocupação pelos visigodos, foi construída a Basílica de San Vicente. Era um local de orações utilizado tanto por cristãos quanto por muçulmanos. Com a expansão do domínio muçulmano na região, a basílica foi destruída para a edificação da mesquita, que se tornou uma das maiores do mundo. Da basílica, restam apenas ruínas que podem ser vistas em uma escavação feita no subsolo da mesquita. Quando a cidade foi retomada pelos cristãos, passou a ser usada como uma catedral e posteriormente, no governo de Carlos V, foi construída uma igreja de estilo arquitetônico renascentista no centro da mesquita, mantendo as suas demais partes. Mesmo assim, o rei, 3 anos depois, declarou-se arrependido de ter feito essa intervenção na construção, mas graças à ela, temos uma atração única no mundo.
Seguem algumas fotos da Mezquita-Catedral. O ingresso para visitação custa 10 euros e pode ser adquirido na hora, na bilheteria, não necessitando de reserva prévia.
Acima, fotos da Mezquita-Catedral por fora. Dedique parte do seu tempo para apreciar sua extensa fachada externa.
Bem próximo à mesquita, na sua parte de trás, está a Puerta Del Puente y Triunfo de San Rafael, mais conhecida como Arco del Triunfo e em frente à ela, a Puente Romano, que liga a parte antiga à parte nova da cidade, atravessando o Rio Guadalquivir. Vale a pena atravessar a ponte, contemplando o rio, e visitando do outro lado a Torre de la Calahorra, onde há um museu sobre a história da cidade, e as ruínas do Molino de San Antonio. O bilhete para visitar a torre custa 4,50. Tanto a torre quanto a ponte são bens de interesse cultural pela Lei do Patrimônio Histórico da Espanha.
Voltando ao centro histórico, outro local muito interessante para se conhecer é o Alcazar de los Reyes Cristianos. É uma fortaleza medieval, da época dos reis Fernando e Isabel, tendo sido uma das suas principais residências. Apesar da clara influência muçulmana em sua arquitetura, foi construída bem após a expulsão dos árabes da região. Também serviu como um local para a Santa Inquisição. Colombo também esteve no Alcazar quando se preparava para viajar para as Américas. Além da fortificação, há um belo jardim com inúmeras fontes de água, característica bastante presente em construções da Andaluzia, uma herança dos árabes. Durante o verão, o horário de funcionamento do Alcazar e de algumas outras atrações de Córdoba é reduzido, o que ocasionou muita confusão nos dias em que estive lá, uma vez que a cidade fica lotada de turistas, ávidos para conhecer as atrações. Portanto, consulte os horários antes de planejar seu passeio. O ingresso para o Alcazar de Córdoba custa 4,50 euros.
Em Córdoba, há empresas de turismo que oferecem o city tour a pé gratuito, o chamado free walking tour. Eu já havia feito esse tipo de tour em Amsterdã e em Praga. O passeio é realmente gratuito, e ao término você paga ao guia, geralmente jovens estudantes, o quanto você quiser em gorjetas. Os guias costumam ficam em praças importantes com guardas chuvas coloridos. Não precisa necessariamente fazer reserva, se você chegar alguns minutos antes do passeio começar, os guias irão lhe aceitar no grupo. Em Córdoba, o ponto de encontro é em frente ao arco do triunfo. O guia que acompanhei era da Cool Tours e ele portava o guarda chuva amarelo. Esse tipo de tour usualmente não entra nas atrações. Mostra os principais pontos turístico por fora, além de praças, estátuas e outros pontos públicos de interesse.
O tour por Córdoba passa pelo Arco del Triunfo, Mezquita-Catedral (por fora), Alcazar (por fora), Plaza Campo Santo de Los Martires, Estatua de Averroes, Murallas y Puertas de Almodovar, Estatua de Séneca, Barrio Judio, Sinagoga de Cordoba (por dentro*), Capilla Mudejár (por fora), Zoco Municipal de Artesanías e La Calleja del Panuelo.
Estátua do filósofo e médico Averroes (Averróis)
Estátua do filósofo e advogado Séneca (Sêneca)
Muralha e Porta de Almodóvar
Barrio Judio (Bairro Judeu)
Acima, o Zoco Municipal, um típico exemplo de pátio cordobense. Devido ao clima seco e quente de Córdoba, os habitantes da cidade adaptaram suas casas, centrando as mesmas em torno de um pátio com uma fonte ou poço. Além de colocarem muitas plantas para aumentar a sensação de frescura, principalmente em vasos azuis.
*Excepcionalmente, entramos em uma das atrações durante o tour, a Sinagoga. Como ela é pequena, portanto sua visitação é rápida, e o ingresso é baratíssimo, apenas 30 centavos de euro, todo o grupo se interessou em conhece-la. Na expulsão dos judeus em 1492, eles disfarçaram as paredes da sinagoga e durante séculos, ela foi utilizada como hospital, escola, etc., até ser redescoberta no século XIX. Como dito acima, é a única sinagoga da Andaluzia, e uma das três da Espanha, que não foi destruída após a retomada da cidade pelos cristãos.
Córdoba ainda possui várias outras igrejas, praças e museus a se conhecer. Fiquei 3 dias lá e esse é o tempo que recomendaria para quem quer conhecer essa cidade. Me hospedei na Pensión Lucano, na Calle Lucano, a uns 5 minutos a pé da Catedral, e pertinho da Plaza del Potro, citada por Cervantes no prólogo ao leitor da segunda parte de Don Quijote de la Mancha. Nessa rua e em outras próximas à catedral, há boas opções de pensões e hostels simples, com preço em conta.
Barrio Judio (Bairro Judeu)
Acima, o Zoco Municipal, um típico exemplo de pátio cordobense. Devido ao clima seco e quente de Córdoba, os habitantes da cidade adaptaram suas casas, centrando as mesmas em torno de um pátio com uma fonte ou poço. Além de colocarem muitas plantas para aumentar a sensação de frescura, principalmente em vasos azuis.
*Excepcionalmente, entramos em uma das atrações durante o tour, a Sinagoga. Como ela é pequena, portanto sua visitação é rápida, e o ingresso é baratíssimo, apenas 30 centavos de euro, todo o grupo se interessou em conhece-la. Na expulsão dos judeus em 1492, eles disfarçaram as paredes da sinagoga e durante séculos, ela foi utilizada como hospital, escola, etc., até ser redescoberta no século XIX. Como dito acima, é a única sinagoga da Andaluzia, e uma das três da Espanha, que não foi destruída após a retomada da cidade pelos cristãos.
Córdoba ainda possui várias outras igrejas, praças e museus a se conhecer. Fiquei 3 dias lá e esse é o tempo que recomendaria para quem quer conhecer essa cidade. Me hospedei na Pensión Lucano, na Calle Lucano, a uns 5 minutos a pé da Catedral, e pertinho da Plaza del Potro, citada por Cervantes no prólogo ao leitor da segunda parte de Don Quijote de la Mancha. Nessa rua e em outras próximas à catedral, há boas opções de pensões e hostels simples, com preço em conta.
Ao planejar sua visita à Andaluzia, tenha em mente que essa região é extremamente quente durante o verão. Peguei temperaturas de 42-43 graus todos os dias que passei por lá. É muito desgastante, e chega um horário do dia em que você não aguenta mais caminhar ao sol e precisa retornar ao hotel para esperar o clima melhorar. Portanto, os melhores meses para visitar a Andaluzia são os da primavera e do outono. O inverno, apesar de bem ameno em comparação ao clima europeu, é muito chuvoso.
Espero que tenham gostado das minhas postagens sobre a Andaluzia e se quiserem reler alguma delas, seguem os links abaixo:
Parte 1 - Sevilha, El Coronil, Pueblos Blancos e Ronda:
Parte 2 - uma day trip ao Marrocos
Parte 3 - Granada
http://marinaaviajante.blogspot.com.br/2017/08/uma-viagem-pela-andaluzia-pt-iii-granada.html
Parte 5 - Ayamonte. Em 2018, estive em Ayamonte, também na Andaluzia, a partir de uma viagem pelo Algarve! Vc pode ler sobre essa cidade aqui - http://marinaaviajante.blogspot.com.br/2018/03/encantos-do-algarve-de-leste-oeste_31.html
Parte 5 - Ayamonte. Em 2018, estive em Ayamonte, também na Andaluzia, a partir de uma viagem pelo Algarve! Vc pode ler sobre essa cidade aqui - http://marinaaviajante.blogspot.com.br/2018/03/encantos-do-algarve-de-leste-oeste_31.html
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